A pesquisa do GT-607 tem sido desenvolvida majoritariamente nos arredores da represa da Usina Hidrelétrica de Três Marias, em Minas Gerais, avaliando diversos fatores que possam afetar a qualidade das águas do reservatório e monitorando o ecossistema desta área. Considerando a importância do mesmo para o curso do Rio São Francisco e para a subsistência da população local, a CEMIG, em parceria com o Instituto Teia, tem utilizado os inúmeros dados recolhidos para garantir que mantenham suas atividades, sem prejudicar o meio ambiente.
A Bacia Hidrográfica do rio São Francisco abrange 639.219 km² de área de drenagem (7,5% do país) e vazão média de 2.850 m3/s (2% do total do país). O rio São Francisco tem 2.700 km de extensão e nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais, escoando no sentido sul-norte pela Bahia e Pernambuco, quando altera seu curso para este, chegando ao Oceano Atlântico através da divisa entre Alagoas e Sergipe.
De acordo com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – CBHSF (2016), a bacia enfrenta como principais problemas observados no alto curso do São Francisco (i) a poluição decorrente do lançamento de resíduos sólidos (urbanos e industriais); (ii) o desmatamento das áreas de cerrado e a perda da sua biodiversidade; (iii) a contaminação por agrotóxicos e metais pesados; a disposição final inadequada dos resíduos sólidos (os lixões); (iv) a diminuição da vazão; (v) o desmatamento de nascentes, de matas ciliares e de áreas de recargas hídricas; (vi) o aumento do escorrimento superficial, a erosão e o assoreamento dos cursos de águas.
A bacia hidrográfica do rio São Francisco, constitui a Unidade de Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos (UPGRH) SF4. Em termos de enquadramento, conforme a DN COPAM 028/1998, as águas do rio São Francisco e Paraopeba no trecho da UHE Três Marias são classificadas como classe 2.
A Usina Hidrelétrica de Três Marias está localizada no alto curso do rio São Francisco, no município de Três Marias, região central de Minas Gerais (VIEIRA & LÓPEZ, 2003). A usina possui uma potência instalada de 396 MW e seu lago possui 1.040 quilômetros quadrados de superfície (VIEIRA & LÓPEZ, 2003).
Inaugurada em 1962, pertencia inicialmente à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba – CODEVASF, mas atualmente é administrada pela Cia. Energética de Minas Gerais – Cemig e considerados de grande importância para o Brasil.
O lago banha vinte e três municípios, sendo eles: Abaeté, Arapuá, Carmo do Paranaíba, Cedro do Abaeté, Córrego Dantas, Estrela do Indaiá, Felixlândia, Lagoa Formosa, Matutina, Morada Nova de Minas, Paineiras, Patos de Minas, Pompéu , Quartel Geral, Rio Paranaíba, Santa Rosa da Serra, São Gonçalo do Abaeté, São Gotardo, Serra da Saudade, Tiros, Três Marias e Varjão de Minas (IGAM, 2019).
Os principais afluentes do reservatório de Três Marias, são pela margem direita o rio São Miguel, ribeirão Santana, rio Paraopeba e o ribeirão da Extrema Grande; pela margem esquerda rio Samburá, rio Ajudas, rio Bambuí, ribeirão Jorge Grande, rio Marmelada, rio Indaiá e o rio Borrachudo.
A bacia hidrográfica do rio São Francisco, constitui a Unidade de Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos (UPGRH) SF4. Em termos de enquadramento, conforme a DN COPAM 028/1998, as águas do rio São Francisco e Paraopeba no trecho da UHE Três Marias são consideradas como de Classe 2 segundo a (MINAS GERAIS, 2008).
Como concessionária responsável pela UHE Três Marias, a CEMIG tem a responsabilidade legal de monitorar periodicamente a qualidade da água do reservatório por meio da avaliação de parâmetros físicos, químicos e biológicos da água. Tal monitoramento permite levantar informações relevantes para a tomada de decisões acerca da gestão adequada do reservatório com preservação dos usos múltiplos da água no reservatório de Três Marias e conservação dos serviços ecossistêmicos providos pela Bacia do Rio São Francisco.
