O AquaSmart é um projeto de pesquisa que propõe estratégias multidisciplinares direcionadas ao diagnóstico, manejo, gestão e recuperação da Lagoa de Ibirité-MG. A bacia hidrográfica delimitada pela Lagoa de Ibirité está compreendida dentro da área de drenagem do Ribeirão Sarzedo no médio curso da bacia do rio Paraopeba e possui 91,43 km², abrangendo os municípios de Ibirité, Betim e Sarzedo, fazendo também divisa com os municípios de Belo Horizonte, Contagem e Brumadinho. Atualmente, o reservatório abastece tanto a REGAP quanto a usina termelétrica IBIRITERMO, criada em 2002 para fornecimento de energia para a Petrobrás.
O reservatório, construído em 1968 pela Petrobrás para abastecimento de água da Refinaria Gabriel Passos (REGAP – PETROBRÁS), possui uma área de espelho d’água aproximada de 2,8 km², dividida entre áreas urbanas e de cobertura natural. Essa bacia hidrográfica é caracterizada pela densa ocupação urbana e industrial, se tratando de uma área urbana da Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde os limites dos municípios Ibirité, Sarzedo e Betim se confundem na paisagem urbana.O reservatório de Ibirité possui volume útil de 21,2 x 106 m3 e profundidade máxima de 18 metros.


A bacia hidrográfica do reservatório de Ibirité inclui as sub-bacias do ribeirão Ibirité e córregos Pintado, Barreirinho, Rola-Moça, Fubá, Urubu, Taboão, Sumidouro, Camargos, Jatobá e Palmares, sendo os dois primeiros os principais contribuintes. Nesta região, a urbanização é significativa e continua a se expandir, especialmente nas sub-bacias dos córregos Ibirité, Barreirinho, Urubu, Jatobá e Palmares:

A área de estudos do projeto também engloba o vale imediatamente a jusante da barragem de Ibirité, uma vez que a existência do reservatório influencia diretamente na dinâmica das águas que escoam nessa porção do Ribeirão Sarzedo até a sua confluência com o Rio Paraopeba. Os estudos relacionados à essa área têm como principal enfoque a caracterização do risco de inundações, uma vez que a existência da barragem e de seu reservatório acabam por impor um risco tecnológico ao vale a jusante. No entanto, a construção da barragem tem um efeito direto no amortecimento de cheias naturais provenientes da sua bacia de contribuição, reduzindo o risco de inundações. Nesse contexto, o avanço da urbanização nessas áreas susceptíveis a inundações naturais ou tecnológicas também constitui um enorme avanço em termos de aprimoramento de planos e mecanismos que propiciem uma maior resiliência e sustentabilidade para a população exposta a esses riscos.

